OPEP quer reduzir produção de petróleo

OPEP quer reduzir produção de petróleo
Direitos de autor AFP
Direitos de autor AFP
De  Michel SantosEuronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Membros da Organização de Países Produtores de Petróleo (OPEP) ponderam cortes de 1,5 milhões de barris por dia, a partir de abril.

PUBLICIDADE

A Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) admite reduzir a produção em 1 milhão e 500 mil barris por dia, a partir de abril. Reunidos em Viena, Áustria, os membros da organização tentam travar as perdas, tendo em conta a queda de 20% no preço do crude, desde o início ano.

A reação ao impacto económico precisa, no entanto, de uma resposta coordenada, entre membros divididos quanto à forma como vão suportar os custos da medida.

De acordo com a analista económica Helima Croft, "Angola está essencialmente a dizer que não quer suportar o fardo do ajustamento. E este tem sido o grande desafio da OPEP. Alguns produtores estão a dizer que precisam de dinheiro e que não deviam suportar a grande responsabilidade de equilibrar o mercado, enquanto a Arábia Saudita, que tradicionalmente precisa da OPEP, por ser o banco de petróleo, diz que todos os membros têm de contribuir com a sua parte e que não vai suportar os custos por toda a gente".

Para a redução ser aprovada, terá ainda de ter o aval da Rússia, esta sexta-feira. Uma aliada essencial para a estabilidade, apoiada pela Arábia Saudita, mas que levanta dúvidas a alguns dos países membros da organização.

"A Rússia esteve fora da OPEP durante anos. Entrou em 2016 e os outros membros agora questionam-se sobre se, tendo a Rússia deixado de ser um membro formal desta organização, tem direito a ter uma voz ativa e a ditar políticas", explica Helima Croft.

Com o alastramento do coronavírus, a procura de petróleo sofreu uma queda abrupta no último mês. Reduzir a oferta parece ser o único caminho para aumentar os preços e assegurar as receitas. No entanto, cortar na produção pode ser um golpe duro numa OPEP já ferida no mercado global, onde outros produtores, como os Estados Unidos, têm vindo a crescer,

O coronavírus está a infetar os planos de recuperação económica de alguns países dependentes da produção de petróleo, como Angola. Resta esperar para ver qual é o verdadeiro impacto do coronavírus nestas economias e se as medidas serão de facto eficazes.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Covid-19 pinta de vermelho quadros das principais bolsas mundiais

OPEP decide estender os cortes na produção de petrólo por mais nove meses

Fabricantes europeus de automóveis elétricos lutam para recuperar o atraso em relação à China