Peixe fresco na bancada sem comprador. Setor navega em águas agitadas e pede ajuda ao governo espanhol, para se manter à tona.
A pandemia de coronavírus agitou as águas do setor pesqueiro espanhol. O peixe fresco está à espera de comprador, mas o mercado tem poucos clientes e a maior parte das peixarias estão fechadas.
Com restaurantes, bares e a maior parte dos hotéis fechados a procura despencou, assim como os preços.
Maria Josefa Caballero trabalha no mercado de Málaga e nunca o viu assim: "Não, não estou habituada a ver isto. Trabalho no mercado há 40 anos e nunca vivi isto na minha vida. É o pânico. Trazemos mil euros de peixe e vendemos apenas 100, 150 ou 200 euros... Eu não estou habituada."
É difícil esconder a tristeza e habituar-se a um mercado vazio que antes transbordava de clientes, de produtos e de vida.
O mesmo cenário nos portos onde centenas de barcos de pesca estão atracados. Aproximadamente 70% da frota do mar Mediterrâneo está parada nos portos. O setor pesqueiro espanhol emprega mais de 30 mil pescadores e armadores.
Javier Garat, secretário geral da Confederação Espanhola das Pescas, explica: "Os (armadores e pescadores) que pretendem continuar a atividade encontram dificuldades, porque não existem máscaras ou equipamentos de proteção suficientes. Ou, porque encontram problemas com a livre circulação de pessoas e mercadorias, especialmente quando os barcos têm de descarregar em países terceiros."
O setor navega em águas agitadas e pede ajuda ao governo espanhol, para se manter à tona.