Wanderson Oliveira era um forte defensor das medidas de restrição à população, ao contrário do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
O secretário brasileiro de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, apresentou hoje a demissão do governo, voltando a colocar em evidência o choque entre as autoridades sanitárias e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
A saída foi confirmada por uma nota oficial do ministério liderado por Luiz Henrique Mandetta, cuja continuidade no governo tem sido também posta em causa devido às tensões com o chefe de Estado na gestão da pandemia de covid-19 no país.
Wanderson Oliveira, tal como o ministro Luiz Henrique Mandetta, afirmaram-se como defensores de medidas de restrição de circulação da população, apelando ao isolamento social, algo que colide com a posição manifestada por Jair Bolsonaro, que defende a retoma da atividade económica.
O presidente brasileiro chegou mesmo a afirmar que o vírus SARS CoV-2 seria, para ele, pouco mais do que "um resfriadinho".
O agora ex-secretário de Vigilância em Saúde estava no Ministério há 15 anos, tendo no passado coordenado a resposta das autoridades aos surtos de influenza e zika.
Segundo as autoridades estaduais, existem pelo menos 25.758 casos confirmados do novo coronavírus no Brasil e 1.557 mortes.