Covid-19: Governo angolano admite estar a analisar apoio financeiro à TAAG

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De  Lusa
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O ministro dos Transportes de Angola disse hoje, em Luanda, que está a analisar o apoio que será necessário prestar à TAAG, transportadora aérea nacional, juntamente com o Ministério das Finanças e o executivo

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O ministro dos Transportes de Angola disse hoje, em Luanda, que está a analisar o apoio que será necessário prestar à TAAG, transportadora aérea nacional, juntamente com o Ministério das Finanças e o executivo.

Ricardo de Abreu, que falava à imprensa à margem da cerimónia de tomada de posse dos novos membros dos conselhos de administração dos Portos de Luanda e do Namibe, disse que está em análise “o apoio que é necessário dar à TAAG, quer do ponto de vista do seu saneamento financeiro, quer do ponto de vista da sua capitalização”.

O titular da pasta dos Transportes de Angola frisou que a TAAG é uma empresa estratégica para o país.

“Neste momento, o Estado preparou um pacote de medidas económicas para o apoio ao setor empresarial, seja ele público seja privado, temos estado a dialogar com as empresas do setor no sentido de assegurarmos que elas consigam ter acesso a esses recursos”, disse Ricardo de Abreu.

O governante angolano destacou que o setor dos transportes é um dos que “mais severamente foi impactado com esta pandemia (covid-19)”.

“Estamos a falar nesta altura de termos completado os primeiros 30 dias do Estado de emergência e de confinamento, com limitações de mobilidade de todas as pessoas e obviamente que isto resulta numa redução significativa das receitas que eram captadas por parte dos operadores dos transportes e logística”, realçou.

Segundo Ricardo de Abreu, é preciso encontrar formas de apoiar estas empresas, porque os custos das mesmas permanecem constantes, do ponto de vista dos recursos humanos, do ponto de vista dos custos fixos operacionais.

“E precisamos, sim, de nos socorrermos desses apoios do Estado (…) para que as empresas sobrevivam e não haja despedimentos, não haja aqui um impacto transversal também ao setor”, frisou.

Segundo um estudo sobre o "Impacto Económico da Covid-19 e Oportunidades de Transformação", elaborado pelo Ministério dos Transportes, perto de 98 mil trabalhadores do setor dos transportes público e privado angolano poderão perder o emprego.

Segundo o documento, o setor empresarial do Estado representa 07% dos empregos, o setor privado formal 37% e os restantes 56% representam o setor informal, pelo que o subsetor rodoviário "sofrerá maior impacto em termos absolutos".

Para o órgão ministerial que superintende os transportes em Angola, não obstante o cenário que se apresenta para o subsetor rodoviário, "o impacto estrutural e a redução relativa deverá ser mais significativa no subsetor da aviação civil".

O estudo aponta que o subsetor da aviação civil conta com 5.542 trabalhadores do setor empresarial público e privado registados na segurança social, e desse universo estima uma potencial perda de 3.048 postos de trabalho.

Entre as medidas de mitigação, o Ministério dos Transportes defende a criação de um Fundo de Investimento para o Desenvolvimento de Infraestruturas com base nas "receitas de monetização de ativos estruturantes e de prémios de contratos de concessões de exploração".

O departamento ministerial estimou, na segunda-feira passada, que o setor regista perdas de receitas que ascendem aos 1.000 milhões de dólares (920,4 milhões de euros), devido à covid-19, e que as empresas necessitam de mais de 200 milhões de dólares (184,2 milhões de euros) para tesouraria.

Angola regista já 26 casos positivos do novo coronavírus e cumpre a segunda prorrogação do estado de emergência declarado em 27 de março.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.423 nas últimas horas, com 31.933 casos da doença registados em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 204 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.

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