Ensino primário passa a ser gratuito em Angola

Estado angolano deve proporcionar todas as condições de aprendizagem aos alunos
Estado angolano deve proporcionar todas as condições de aprendizagem aos alunos Direitos de autor ALEXANDER JOE / ARQUIVO/ AFP
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De  Agência Lusa
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Parlamento angolano aprovou hoje por unanimidade a legislação que altera a Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino, com 205 votos favoráveis

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O ensino primário e o ensino à distância vão passar a ser gratuitos em Angola. De acordo com o novo diploma legal, o Estado deve proporcionar aos alunos "acesso ao material escolar, designadamente os manuais escolares mediante disponibilização gratuita."

O parlamento angolano aprovou hoje por unanimidade a legislação que altera a Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino, com 205 votos favoráveis, documento que contempla a gratuitidade do ensino primário e o ensino à distância.

O diploma legal passou no crivo dos deputados angolanos sem votos contra e abstenções durante a oitava reunião plenária ordinária da quarta legislatura da Assembleia Nacional.

A gratuitidade no Sistema de Educação e Ensino, segundo a lei, traduz-se na "isenção de qualquer pagamento pela inscrição, assistência às aulas, material escolar e apoio social, para todos os alunos que frequentam o ensino primário nas instituições públicas de ensino".

O Estado, observa o documento, deve criar condições para que os alunos que frequentam o ensino primário nas instituições público-privadas e privadas "tenham acesso ao material escolar, designadamente os manuais escolares mediante disponibilização gratuita".

"O Estado deve garantir e promover as condições necessárias para tornar gratuita a frequência da classe de iniciação e o primeiro ciclo do ensino secundário, bem como a saúde escolar e a merenda escolar nas instituições públicas de ensino", lê-se no diploma aprovado na globalidade.

Segundo Miraldina Jamba, deputada da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição), o seu grupo parlamentar votou a favor porque espera que com a implementação da lei "venham a registar-se melhorias substanciais no sistema de educação e ensino".

A UNITA considera que o ensino, para além de gratuito, "deve ser obrigatório e deve contemplar responsáveis pela obrigatoriedade do mesmo e que a merenda escolar não seja um exercício de propaganda", adiantou a deputada na sua declaração de voto.

Já o deputado do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) Vítor Kajibanga considerou que a lei agora aprovada introduz "mudanças significativas no funcionamento de todos os subsistemas de educação e ensino".

"Visando melhorar a organização, a funcionalidade e o desempenho do sistema de educação e ensino", sublinhou, acrescentando que a lei visa igualmente uma "maior inclusão social e a promoção simultânea da escolaridade obrigatória".

A Lei que altera a Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino contempla também a modalidade de ensino à distância, que deve ocorrer de forma virtual, e a modalidade de ensino semi-presencial.

Os deputados angolanos aprovaram ainda por unanimidade e na globalidade a Proposta de Lei que altera o Código do Imposto Industrial.

A sessão parlamentar decorre em Luanda com grande parte dos deputados a participar por videoconferência, a partir de outras províncias angolanas, como medida de precaução para conter a propagação da covid-19.

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