Equipa internacional liderada por Miguel Prudêncio, do Instituto de Medicina Nuclear, garante 95% de proteção na primeira fase de testes em humanos
Há vários anos que a comunidade científica procura desenvolver uma vacina contra a malária. No Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, uma equipa liderada por Miguel Prudêncio deu um passo importante ao superar os testes de segurança da primeira fase de ensaios clínicos. O estudo foi publicado esta semana na Science Translational Medicine e revelou com os testes da vacina, efetuados em 24 voluntários, foram satisfatórios.
A investigação tem por base um parasita da malária que afeta os roedores, mas não os humanos. Miguel Prudêncio explica que para impedir o parasita da malária de transmitir a doença é preciso evitar que este passe do fígado para o sangue e sublinha que os resultados dos primeiros testes mostraram uma redução de 95% na carga de parasitas no fígado.
A vacina tem potencial para mudar a vida de milhões, a malária mata mais de 400 mil pessoas por ano, 90% são crianças com menos de 5 anos na África subsariana. Para António Mendes, trata-se de uma "doença de pobres e que perpetua a pobreza", pelo que qualquer vacina desenvolvida será um "avanço gigantesco na qualidade de vida" nas regiões mais afetadas.
A equipa de Miguel Prudêncio está no bom caminho mas a viagem ainda é longa. Apesar dos resultados promissores, o financiamento para garantir a chegada ao destino ainda não está assegurado.