Protestos contra medidas restritivas do Governo reúnem menos pessoas, na Alemanha. País reabre gradualmente a economia
Centenas de pessoas voltaram a manifestar-se, este fim de semana, em várias cidades na Alemanha, em protesto contra as medidas restritivas, impostas pelo Governo de Angela Merkel, para combater a pandemia da Covid-19.
Em Berlim, as autoridades tentaram gerir a multidão de modo a manterem-se as medidas de segurança adequadas, onde se inclui o distanciamento social.
Uma missão difícil, como confirma a porta-voz da polícia da capital germânica, Anja Dierschke:
"É difícil. Temos cerca de 1000 polícias de serviço em todo a cidade para garantir que as manifestações possam ocorrer, mas, ao mesmo tempo, garantir que as regras de distanciamento social são cumpridas".
E quais são as motivações para estes protestos?
O especialista em conflitos e movimentos políticos Swen Hutter explica: "É uma mistura muito difusa de pessoas. Isso acontece por vezes em movimentos que estão relacionados com um acontecimento específico. Como temos esta pandemia específica de coronavírus e as restrições relacionadas com ela, é possível conseguir-se que um grande número de pessoas muito distintas se junte".
As manifestações espalharam-se um pouco por toda a Alemanha.
Por vezes, os grupos de direita tentam capitalizar os protestos de modo a atraírem mais simpatizantes.
Outras manifestações foram convocadas por grupos de esquerda ou antivacinas. No entanto, parece haver um denominador comum: a falta de confiança nas autoridades, como explica Simone Rafael da Amadeu Antonio Foundation.
"Muitas destas pessoas estão envolvidas em diferentes teorias da conspiração e quando se começam a envolver nessa visão do mundo, com antissemitismo, racismo, ideias de inimigos, então é muito difícil conseguir voltar atrás. Esse é o perigo para a sociedade, que tenhamos este grupo de pessoas, e está a crescer rapidamente, que acaba por se alienar da realidade e que procura procura soluções fáceis num mundo complicado."
Estes manifestantes pertencem a uma minoria na Alemanha. De acordo com as últimas sondagens, a maioria dos alemães aprovam as medidas adotadas pelo Governo de Angela Merkel para combater a pandemia da Covid-19. O número de manifestantes tem vindo a diminuir, como sublinha o repórter da euronews, Jona Källgren.
"A Alemanha reabriu a economia, mas mesmo assim, os protestos continuam. Apesar de serem mais pequenos do que há algumas semanas."