Líderes europeus querem mais da UE numa possível nova pandemia

Com a Torre Eiffel a preparar-se para abrir portas no final do mês, o presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez já pensam na possível próxima onda pandémica.
Numa carta enviada à Comissão Europeia, o trio franco-germano-espanhol e outros lideres europeus afirmaram que a reação da União não esteve à altura da corrente pandemia. Disseram que a resposta do bloco "levantou questões sobre o nível de preparação da Europa e sublinhou a necessidade de uma abordagem a nível europeu" e pediram "uma melhor coordenação na recolha e processamento de dados para poder ser feita uma comparação entre Estados".
Espanha declarou na terça-feira que as máscaras vão continuar a ser obrigatórias nos espaços públicos depois do fim do estado de emergência a 22 de junho. O governo explicou que se trata de prudência, pelo menos até existir uma vacina ou tratamento.
Entretanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tentou clarificar o que diz ter sido um mal-entendido, a sugestão de que o contágio de Covid-19 por parte de pessoas assintomáticas é "raro".
"Usei a frase «muito raro» e penso que foi um mal-entendido quando disse que globalmente a transmissão assintomática é muito rara. Eu estava a referir-me a um subconjunto de estudos", explicou a epidemiologista da OMS, Maria Van Kerkhove.
Quem aproveitou o mal-entendido da OMS, foi o presidente Jair Bolsonaro para afirmar que era uma prova de que o Brasil devia estar a reabrir a economia.
Isto depois do Supremo Tribunal Federal ter ordenado ao governo para retomar a publicação dos dados acumulados sobre a Covid-19, no contexto de acusações de que o executivo estava a tentar esconder a gravidade da pandemia.
E numa prova de que o pior ainda não passou, as autoridades de Nova Deli anunciaram esperar um aumento de contágios de quase 20 vezes para mais de meio milhão de casos nas próximas semanas.
A Índia está a aliviar as restrições a nível nacional para tentar suavizar o golpe económico provocado pelo vírus, mas a doença ainda está bem presente naquele que é segundo país mais populoso do mundo.