Profissionais de saúde franceses em protesto

Profissionais de saúde franceses em protesto
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De  Nara Madeira
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Milhares de profissionais de saúde franceses saíram à rua para exigir o descongelamento dos salários e melhores condições de trabalho.

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Foram aplaudidos por milhões de franceses, às janelas, durante muitas noites, às 20 horas em ponto, durante o confinamento. Hoje são eles que querem fazer ouvir-se mas por outros motivos. Médicos, enfermeiros, pessoal administrativo, auxiliares hospitalares, entre outros, clamam por mais recursos nos hospitais e por aumentos de salários. Queixam-se de anos de cortes orçamentais e de más escolhas políticas:

"Os hospitais precisam de recursos humanos e materiais, para que possamos trabalhar corretamente. Os nossos salários estão congelados há 10 anos e têm de ser aumentados, é preciso fazer a requalificação profissional", explica uma delegada sindical.

"Não recebemos mais por trabalhar à noite, por exemplo, apesar de ser mais difícil. Por isso é evidente que não nos pagam o que nos é devido", acrescenta uma participante na manifestação.

Os profissionais de saúde exigem um aumento salarial de 300 euros por mês. 

Nathalie é enfermeira há 20 anos. Ela ganha 1.900 euros líquidos por mês. De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico os enfermeiros franceses estão entre os mais mal pagos da Europa Ocidental:

"Somos responsáveis por um serviço de 24 a 26 pacientes, temos a vida deles nas nossas mãos e somos tratados como porcaria. E se há um problema nós assumimos a responsabilidade. Por isso, um pouco de honestidade seria bom", desabafa uma enfermeira que se juntou ao protesto.

Lyon, Bordéus, Marselha, Rennes, Paris... Dezenas de milhares de pessoas saíram à rua por toda a França para exercer pressão sobre o governo após uma crise que pôs em evidência a fragilidade das infraestruturas do setor da Saúde:

"Tive de dizer a uma jovem de 19 anos que ficou órfã por causa da Covid-19 porque não tínhamos o equipamento necessário para salvar a sua mãe. Foi preciso escolher entre uma pessoa de 20 anos e uma de 60... Vimos pessoas morrerem nas urgências porque não tínhamos camas suficientes para elas", afirma outra enfermeira.

Emmanuel Macron prometeu um investimento importante na Saúde que inclui hospitais e os ditos aumento de salário. As negociações estão em curso, mas muitos receiam que se deem apenas pequenos passos.

Já as manifestações decorreram pacificamente ainda que em Paris tenha havido alguns confrontos que não estarão ligados ao protesto inicial.

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