Uma aplicação para registar encontros de infetados pela Covid-19

A Alemanha lançou esta terça-feira uma nova aplicação de rastreio de contágios para ser usada nos telemóveis.
De uso voluntário, a aplicação regista os momentos e por quanto tempo os utilizadores estiveram próximos de outros utilizadores com a aplicação ativada.
Se um deles for testado e der positivo pelo novo coronavírus, pode avisar de forma anónima outros utilizadores da aplicação com quem tenha estado em contacto.
A aplicação, denominada "Corona Warn App", é apoiada pelo Governo alemão.
Na conferência de imprensa, o ministro da Saúde explicou que o objetivo "é aprender com a informação recolhida diariamente".
"Já estou a receber informação desta manhã e estou satisfeito que o resultado seja tão forte. Acredito que vai melhorar a cada dia. A aplicação é segura, é voluntária e muito fácil de usar", sublinhou o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn.
Esta não é a primeira aplicação de telemóveis criada para rastrear eventuais cadeias de contágio da Covid-19 e tal como as demais está a levantar dúvidas em relação à privacidade dos utilizadores.
Diversos deputados alemães insistiram na necessidade desta aplicação ter de ser de uso voluntário e não obrigatório. Conseguiram fazer valer os argumentos.
Para o braço dedicado às questões tecnológicas da Amnistia Internacional, tem sido "uma preocupação a pressa dos governos no uso destas aplicações demasiado invasivas sem considerar alternativas mais equilibradas entre a necessidade de conter a doença e a privacidade dos cidadãos".
"Os dois critérios não se excluem mutuamente. O que estamos a pedir aos governos é a garantia de que os direitos humanos e a privacidade estão na linha da frente e no centro do uso destas aplicações de rastreio de contágios", salienta Rasha Abdul Rahim, a diretora adjunta da "Amnesty Tech".
Para a Alemanha, um país com quase 84 milhões de habitantes, esta aplicação só tem vantagens se houver muitos utilizadores a partilharem informações.
De acordo com a última atualização do quadro epidemiológico, o país regista quase 187 mil casos de infeção desde a entrada do vírus no país, no final de janeiro, a larga maioria, mais de 173 mil, já recuperada, mas já com um balanço de 8.800 mortos associados a este novo coronavírus.