As "zonas livres de LGBT" na Polónia

Mais de 100 municípios da Polónia, cerca de um terço do país, declaram-se oficialmente contra o que chamam de "ideologia LGBT", em defesa dos valores tradicionais da família. Na verdade, denominam-se mesmo "zonas livres de LGBT".
Bruxelas ameaça cortar fundos sob o argumento da discriminação e várias cidades europeias, geminadas com algumas destas localidades polacas, como Puławy, colocaram um ponto final em qualquer tipo de ligação.
Dominik Socha é ativista e protesta espalhando mensagens de despedida a essas cidades.
Milena Adamczewska-Stachura, representante da Provedoria de Justiça polaca, diz estar a fazer tudo ao seu alcance para reverter as resoluções adotadas por esses municípios, uma vez que "são ilegais e discriminatórias relativamente à comunidade LGBT. O Provedor já apresentou queixas formais".
Outro ativista, Bart Staszewski, decidiu dirigir-se diretamente a Bruxelas. Explica-nos que apresentou uma queixa ao Organismo Europeu de Luta Antifraude porque "as chamadas 'zonas livres de LGBT' vão contra os princípios antidiscriminação da União Europeia, que têm ajudado a determinar os fundos atribuídos" à Polónia.
Já o Representante da Comissão Europeia no país faz eco da posição oficial. Marek Prawda salienta que "a Comissão condena qualquer forma de discriminação baseada na orientação sexual e identidade de género, e está empenhada em combater qualquer tipo de discriminação na União Europeia".
A localidade de Końskowola declarou-se "zona livre de LGBT". Mas o autarca Stanisław Gołębiowski afirma que a resolução que validou esse estatuto foi votada sem que os conselheiros municipais soubessem exatamente do que se tratava.
Enquanto avaliam a repercussão dos seus atos, seis cidades polacas que aplicaram a mesma resolução já ficaram sem acesso a fundos europeus previstos.