PIB alemão afunda 10,1% no segundo trimestre

Sabia-se que ia ser mau, mas não tanto. A queda do Produto Interno Bruto alemão no segundo trimestre de 2020 foi de 10,1% em relação aos primeiros três meses do ano, superando aquelas que já eram más previsões.
Robert Halver, do Baader Bank, salienta que, sim, "os números são piores do que o esperado, mas a verdade é que ninguém estava propriamente à espera de um concurso de beleza económica este ano. Só resta deixar este trimestre para trás e avançar".
Antes de seguir em frente, referir apenas que, até agora, o período estatístico mais negro na Alemanha reportava à janela entre janeiro e março de 2009, com uma contração muito menor: 4,7%.
Segundo Robert Halver, a Alemanha "tem, sem dúvida, défices estruturais, tais como a falta de inovação no digital, mas também há quebras nas exportações. A crise do novo coronavírus leva os consumidores a gastarem menos e as empresas a hesitarem em investir. Não era possível ser economicamente ativo durante o confinamento", realça.
Só em abril, as exportações alemãs afundaram em quase um terço e o setor industrial recebeu menos 25,8% de encomendas. Falar em retoma, e em níveis de produção idênticos aos da pré-pandemia, só em 2022.