Produto Interno Bruto espanhol afunda 18,5% no segundo trimestre do ano e o presente não agura nada de bom para o futuro
As medidas de contenção da pandemia provocaram uma queda de 18,5% no produto interno bruto de Espanha, entre abril e junho. Seria preciso recuar até 1936, ao impacto do início da Guerra Civil espanhola, para encontrar uma situação económica pior no país.
O historiador espanhol Leandro Prados de La Escosura estima que nessa altura o PIB espanhol afundou quase 27% em termos anuais, com uma derrapagem média trimestral de 6,7%, refere o jornal El País.
A mesma publicação estima que Espanha deixou de produzir nos primeiros seis meses desta ano cerca de €300 mil milhões, o que considera suficiente para pagar a pensão dos cerca de 10 milhões de reformados existentes no país.
Olhando aos dados revelados hoje pelo instituto de estatística espanhol (INE), a queda homóloga da economia face ao mesmo trimestre de 2019 é de 22,1%. A derrapagem homóloga registada entre janeiro e março tinha sido de 4,1%.
O principal fardo das contas em Espanha resultou da redução acentuada do consumo interno. Menos 19,2% por cento na comparação homóloga e menos 15,5% na evolução em linha.
As restrições impostas à circulação de pessoas para conter a propagação do novo coronavírus teve, e continua a ter, um impacto muito negativo no turismo, uma das principais fontes de receita em países como Espanha, França ou Portugal, todos com derrapagens de dois dígitos nos respetivos PIB.
A atual evolução da pandemia, com novos surtos e um agravamento das infeções, não permite grande otimismo aos espanhóis.