Egito opõe-se ao projeto no Nilo Azul e fala em questão de "vida ou morte".
A água - foi isso que os etíopes vieram para a rua celebrar. Mais precisamente, as fortes chuvas que permitiram concluir a primeira fase de enchimento da barragem que promete mudar a vida na Etiópia.
Para além de vir fornecer eletricidade a mais de metade dos quase 110 milhões de habitantes, pode tornar o país num ator central na exportação de energia. Só que também pode desencadear um conflito regional.
Uma habitante da capital, Adis Abeba, não esconde o contentamento porque relembra que grande parte da população ainda tem de recorrer a carvão para várias atividades quotidianas.
A chamada Grande Barragem do Renascimento Etíope traz no nome a ambição. Será o maior complexo hidroelétrico de África. Só que assenta nas águas do Nilo Azul, um dos principais afluentes do rio Nilo.
Tanto o Sudão, como sobretudo o Egito, a jusante, receiam problemas graves no abastecimento de água. Tem havido conversações entre os países, mas ainda sem sucesso.
A construção da barragem começou em 2011 e dois terços da estrutura já foram erguidos. Prevê-se que entre em pleno funcionamento em 2023.