Decisão tomada durante um conselho de ministros extraordinário. Três ministros já tinham apresentado a demissão
O governo do Líbano não resistiu à pressão popular e demitiu-se em bloco esta segunda-feira, na sequência de um conselho de ministros extraordinário. O executivo libanês nunca teve vida fácil desde que iniciou funções em janeiro, com o país mergulhado numa grave crise política e económica, e a explosão que arrasou o porto de Beirute tornou o cenário praticamente inevitável.
A queda do governo foi anunciada pelo primeiro-ministro, que lamentou ter sido incapaz de implementar as reformas pretendidas, e que se justificou com a corrupção crónica no país, que disse ser maior do que o próprio Estado. Hassan Diab acrescentou ainda que saía para poder lutar junto do povo pela mudança.
Já o povo, diz que a queda do governo não é suficiente e pede também a cabeça do presidente Michel Aoun. A inflação e o desemprego há muito que fazem parte do dia-a-dia dos libaneses e a destruição do porto de Beirute apenas veio complicar ainda mais uma situação já de si preocupante.
Na explosão que destruiu o porto de Beirute a de 4 de agosto morreram pelo menos 200 pessoas - um número avançado esta segunda-feira pelo governador de Beirute - e 6 mil ficaram feridas. Trezentas mil pessoas ficaram sem casa.
A investigação para apurar responsabilidades na devastadora explosão no porto de Beirute prossegue. Esta segunda-feira, o juiz Ghassan El Khoury começou a interrogar as chefias das agências de segurança interna no Líbano. A informação foi avançada pela agência estatal de notícias. O major-general Tony Saliba, responsável pela segurança do Estado, foi o primeiro a ser ouvido.