Regime bielorrusso tenta abafar protestos que continuam em massa. Diplomacia norte-americana apela ao respeito pelas escolhas do povo bielorrusso
As manifestações na Bielorrússia continuam e a ação policial no país mostra a determinação do presidente Alexander Lukashenko em abafar os protestos que contestam o resultado das últimas presidenciais. Na semana passada, Lukashenko disse que os membros do conselho da oposição podem enfrentar acusações na justiça. Acusa este conselho de "ameaçar a segurança nacional" e encara-o como uma tentativa de tomar poder e de criar um governo paralelo. As autoridades bielorrusas abriram um processo-crime, mas os elementos da oposição rejeitam todas as alegações e o líder bielorrusso fez uma demonstração de força ao carregar uma arma na chegada à sua residência, no domingo - numa altura em que os manifestantes se reuniam nas proximidades.
Entretanto, o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Stephen Biegun, reuniu-se com a principal candidata da oposição da Bielorrússia, Svyatlana Tsikhanouskaya, durante uma visita à Lituânia. Apelou à Rússia e a outros estados a respeitarem a escolha do povo bielorrusso. Disse que é possível encontrar uma solução para a Bielorrússia que seja “aceitável” para todos, mas sublinhou que a palavra final pertence ao povo.
As detenções dos ativistas aconteceram um dia depois de uma manifestação em Minsk que atraiu, aproximadamente, 200 mil pessoas pedindo a renúncia de Lukashenko. O nível de participação nestes demonstrações fica para a história da ex-nação soviética.
Os movimentos de protesto questionam os resultados oficiais das eleições que deram a vitória a Alexander Lukashenko e o passaporte para um sexto mandato.