Duas mortes na terceira noite de protestos em Kenosha

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De  Nara Madeira  com AFP, AP
Duas mortes na terceira noite de protestos em Kenosha
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Na pequena cidade de Kenosha, no estado do Wisconsin, EUA, foi mais uma noite de violência, a terceira. A polícia continua à procura de um atirador - que se diz agora, nas redes sociais, tratar-se de um jovem de 17 anos do Illinois - que matou duas pessoas a tiro e feriu uma terceira, durante os protestos. Num vídeo amador ver-se-á o jovem a abrir fogo contra a multidão, no meio da rua.

Os apelos à calma, depois de mais uma tragédia, um grupo de polícias que baleou um afro-americano nas costas, não foram ouvidos. O governador declarou mesmo o estado de emergência. 

Para Jacob Blake, de 29 anos, as sequelas podem ser para toda a vida.

O advogado da família diz que o diagnóstico médico aponta para paralisia e acrescenta que será preciso "um milagre" para que ele volte a andar.

As autoridades dizem que respondiam a uma contenda doméstica mas a verdade é que acabaram a disparar, vários tiros, contra o homem quando este se dirigia para uma viatura. 

A família do jovem já anunciou que vai entrar com uma ação cível contra a polícia. Ainda assim, não concorda com a tensão que se vive nas ruas. A mãe da vítima, Julia Jackson, emocionada, dizia aos jornalistas que "se o Jacob soubesse o que está a acontecer agora - a violência e a destruição - ficaria muito desagradado" e prometia rezar pelos polícias e pelas suas famílias.

Mais um capítulo numa longa narrativa de casos de brutalidade da polícia dos EUA. Para a história ficaram as mortes de Michael Brown em Ferguson, Missouri, abatido por um polícia em 2014 ou, mais recentemente, aquela deu força ao movimento "Black Lives Matter", a de George Floyd, sufocado pelo joelho de um agente da polícia de Minneapolis, e que chocou o mundo.