Lesbos ficará sem migrantes até à Páscoa

Apenas cerca de mil dos mais de 12 mil refugiados e migrantes que viviam no destruído campo de Moria já se mudaram para o novo acampamento na ilha de Lesbos, ainda em construção.
Muitas das tendas já têm eletricidade e água, mas os migrantes querem continuar a dormir nas ruas. Acreditam que assim terão melhores hipóteses de deixar a ilha.
O representante na Grécia do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Philippe Leclerc, apela aos países europeus que ajudem mais.
"1500 é uma resposta muito boa da Alemanha e congratulamo-nos com isso, mas há mais de 28 mil requerentes de asilo e refugiados nas ilhas, alguns muito vulneráveis. Outros estão no continente, por isso o que pedimos aos Estados europeus é que aceitem, como a Alemanha, requerentes de asilo e refugiados vulneráveis que o Estado grego não consegue apoiar devidamente. Isto seria muito boa solidariedade", considera Leclerc.
Quatro migrantes afegãos foram acusados de intencionalmente atear os fogos que incendiaram o campo de Moria. Dois outros suspeitos também foram detidos, mas os procedimentos jurídicos serão diferentes por serem menores de idade.
O Ministro grego da Proteção Civil, Michalis Chrysochoidis, admitiu ao jornal inglês The Guardian que Moria era uma "vergonha" e prometeu que a ilha de Lesbos ficará sem refugiados em breve. O governo grego planeia transferir todos os refugiados e migrantes que se encontram na ilha até à próxima Páscoa, sendo que metade deles deverá ser transferida para o continente até ao Natal.