Autoridades gregas esperam que em breve já ninguém durma nas ruas da ilha
Só esta sexta-feira mais de dois mil migrantes e refugiados instalaram-se no novo acampamento temporário em Kara Tepe, na ilha de Lesbos. Ao todo, são já cerca de sete mil as pessoas que ali vivem à espera de acolhimento dos países europeus.
Antes de entrarem são testados ao novo coronavírus. Mais de 170 migrantes deram positivo e estão agora em isolamento, numa parte do acampamento.
Uma delegação de eurodeputados esteve esta sexta-feira na ilha de Lesbos para avaliar as condições no novo campo.
A eurodeputada portuguesa do BE, Marisa Matias, foi bastante crítica com a situação destas pessoas.
"A União Europeia não pode dizer que tem os seus valores quando as pessoas vêm para a Europa, pedem ajuda e este é o tratamento que recebem. Faremos todos os esforços para termos uma resposta solidária coletiva, um programa de transferência e para evitar que isto se torne num segundo campo de Moria", disse.
Também o eurodeputado grego do Syriza, Kostas Arvanitis, considerou que o surgimento deste acampamento "é o exemplo da política do Sr. Margaritis Schinas (Vice-Presidente da Comissão Europeia) e da Sra. von der Leyen (Presidente da Comissão Europeia). Esta é a promoção do chamado "modo de vida europeu". É inaceitável! Esta política atinge os refugiados e afeta brutalmente a população local".
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, reuniu-se sexta-feira por videochamada com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com a Chanceler alemã, Angela Merkel. Um encontro para discutir formas de gestão operacional com a União Europeia para uma nova instalação permanente de acolhimento a ser construída em Lesbos.
Mitsotakis apresentou também um vídeo do novo acampamento temporário, em Kara Tepe, onde enalteceu a melhoria das condições de acolhimento aos migrantes em relação ao agora destruído campo de Moria.