Restrições de Boris Johnson causam o caos em Londres às 22 horas

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Desde há pouco mais de uma semana, bares e restaurantes em Inglaterra têm de fechar às 10 da noite. A medida degenerou numa nova hora de ponta e em festas descontroladas

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Do dia para a noite, Oxford Circus, em Londres, tornou-se num salão de festas de ruas quase sem regras, no segundo dia das novas restrições impostas pelo governo britânico em Inglaterra por causa do agravamento da pandemia de Covid-19.

O encerramento de bares e restaurante às 22h foi imposto a partir de quinta-feira, 24 de setembro, mas teve um efeito negativo que motivou muitas críticas, nomeadamente pela criação de uma nova hora de ponta nos transportes públicos.

Levou também muitas pessoas a continuarem a divertir-se sem contenção nas ruas ou em espaços privados, sem qualquer respeito pela nova limitação de ajuntamentos proibidos a mais de seis pessoas ou o aconselhado distanciamento social de dois metros se não se usar, por exemplo, a proteção de uma máscara.

As multas, entre as 200 e as 6.400 libras (€220 - €7.000) tornaram-se frequentes na última semana.

Para Gianluca Barbagallo, gerente de um bar no centro de Londres, o adiantamento do horário de fecho é "uma medida ridícula e que não vai fazer qualquer diferença".

"Em vez de fechar à meia noite, os bares passam a fechar às dez", diz, referindo uma redução de duas horas de trabalho, mas que habitualmente "os maiores grupos que atendia eram de oito pessoas e agora passam a ser de seis."

Com as infeções a continuarem a avolumar-se em Inglaterra com uma média de cinco mil novos casos diários só na última semana, o problema passou agora para as ruas, onde as opiniões se dividem.

Sentada numa esplanada, Georgiana Atkinson Reid disse à Euronews que "as novas restrições são uma boa ideia, mas agora tornou-se uma grande confusão". "Os 'uber' estão mais caros e é impossível entrar no metro", lamentou.

Robert Walker pensa que "as pessoas simplesmente vão começar a beber mais cedo e a acabar às dez da noite. É aí que a confusão vai começar nas ruas", avisou.

Sentada noutra esplanada, Dionne Lawrence disse-nos faltar "estrutura" na sociedade. "De todos os países, Inglaterra está um pouco selvagem e a reagir devagar", considerou.

Apesar da habitual chuva, a zona do West End, em Londres, esteve animada neste segundo dia de restrições e de uma forma geral a respeitar as regras do fecho de bares, mas o correspondente da Euronews na capital britânica, Luke Harnrahan, questiona a eficácia das novas medidas.

Cientistas e o presidente da câmara de Londres estão em desacordo com Boris Johnson.

Ouvimos o professor e virulogista Gary Mclean, para quem "o governo errou" na forma como encarou este novo agravamento da pandemia. "O risco é que nós simplesmente vamos continuar a ver este agravamento de casos. Vai ser um inverno horrível", anteviu.

O autarca londrino diz estar a ver "demasiadas pessoas a sair dos bares e dos restaurantes às dez da noite". "É muito importante que o governo tenha a humildade de perceber que, se as coisas não estão a funcionar, é preciso revê-las e muda-las", defendeu Sadiq Khan, numa mensagem vídeo.

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