Primeira volta das presidenciais definiu duelo entre chefe de Estado que defende regresso ao diálogo com cipriotas-gregos e primeiro-ministro apologista de reforço de laços com a Turquia
Os cipriotas turcos voltarão às urnas no próximo domingo, depois de uma primeira volta marcada pela abstenção e divisões acerca do rumo para a autoproclamada República Turca do Norte de Chipre, apenas reconhecida por Ancara.
Dos onze candidados que se apresentaram ao escrutínio, o duelo será agora entre o atual presidente Mustafa Akinci, que defende um afastamento com a Turquia e um regresso às negociações de paz com governo de Chipre reconhecido internacionalmente, o que poderia abrir a via à reunificação, e o primeiro-ministro nacionalista Ersin Tatar, que gerou polémica na semana passada ao anunciar ao lado do presidente turco a reabertura do bairro "fantasma" de Varosha, abandonado desde a ocupação do norte da ilha pela tropas turcas, em 1974.
Tatar obteve 32,5% dos votos na primeira volta, contra 29,7% para Akinci, num escrutínio que registou uma abstenção superior a 45 por cento.
As eleições foram adiadas meio ano devido à pandemia de coronavírus e o atraso pode, segundo os analistas, beneficiar o presidente cessante.
Com duas visões diametralmente opostas para o futuro da República Turca do Norte de Chipre, a escolha do próximo domingo será, para os cipriotas turcos, entre uma nova tentativa de reunificação ou manter-se separados dos cipriotas-gregos, reforçando laços com Ancara.