Milhares protestam na Polónia contra decisão do Tribunal Constitucional que torna a interrupção voluntária da gravidez quase impossível no país.
Pelo quarto dia consecutivo, milhares de pessoas voltaram às ruas da Polónia em protesto contra a decisão do Tribunal Constitucional que impede a interrupção voluntária da gravidez em caso de malformação do feto.
No domingo, muitas manifestações ocorreram em frente de várias igrejas católicas do país.
Em alguns casos, os protestos degeneraram em confrontos levando as autoridades a deter vários contestatários.
Uma das manifestantes afirmou que esta é uma "situação é horrível" e que estão todos muito assustados. A jovem disse que pondera abandonar o país pois tem receio de que não a deixem "ter os cuidados médicos para engravidar, por medo de serem cúmplices de um aborto que agora é tratado como homicídio".
Outro contestatário sublinhou que o país está "no coração da Europa, no século XXI ,e alguém está a dizer às mulheres que não podem decidir sobre o seu corpo, o que é absolutamente chocante e é por isso que estão todos tão zangados e aborrecidos com isso".
Os protestos começaram na quinta-feira logo após ter sido conhecida a decisão do Tribunal Constitucional polaco de invalidar uma legislação que permitia o aborto de fetos com malformação por considerá-la incompatível com a Constituição do país.
O acórdão foi ao encontro dos desejos do partido nacionalista no poder, o Lei e Justiça.
Na Polónia, o aborto só é permitido em caso de violação, incesto ou se houver risco de vida para a mulher.