Os Ministros da Defesa da Polónia e da Lituânia apelaram a um maior empenho da UE e da NATO na proteção da fronteira com a Bielorrússia. Os dois países já iniciaram dois planos para reforçar as suas linhas fronteiriças, mas esperam que a sua defesa se torne internacional.
Na quarta-feira, dia 3 de julho, o ministro da Defesa da Lituânia, Laurynas Kasciunas, e o seu homólogo Wladislaw Kosiniak-Kamysz, fizeram uma visita a um troço da vedação da fronteira com a Bielorrúsia, perto de Vilnius, e falaram da necessidade desta proteção ser internacional com maior empenho da União Europeia e da NATO.
"A Polónia e a Lituânia - como aliados e vizinhos - estão lado a lado na defesa da segurança do flanco oriental da NATO. Falei hoje, em Vilnius, com o Ministro da Defesa sobre a forma de combater conjuntamente e de forma ainda mais eficaz a guerra híbrida, o Shield East e a próxima cimeira da NATO", lê-se numa publicação na rede social do minsitro da Defesa polaco.
Este é um tema que será levantado na próxima cimeira da NATO, em Washington,entre os dias 9 e 11 de julho, como referiu o ministro da defesa polaco. "A proteção das fronteiras das duas nações tem de ser tratada como uma questão de todo o bloco, porque é [uma questão da UE] na sua essência", acrescentou.
O tema não é novo e já tem sido falado por estas nações desde o ano passado, tendo sido uma das prioridades apontados pelo governo de Tusk.
O ministro lituano Kasciunas disse aos jornalistas que o sistema nacional de defesa das fronteiras exigirá uma despesa estimada de 600 milhões de euros, ao longo de uma década, e que os primeiros lotes de equipamento anti-movimento já foram adquiridos e chegarão no final deste mês.
Kasciunas também delineou outras medidas que serão implementadas num futuro próximo para impedir o avanço das forças inimigas, como minas anti-tanque, minas remotas, uma rede de valas anti-tanque e pontes para o caso de o inimigo se aproximar e precisar de ser obstruído. "A partir do final do verão, vamos fortificar permanentemente alguns pontos da fronteira", disse Kasciunas.
Em janeiro deste ano foi assinado um acordo entre os três países bálticos, Lituânia, Letónia e Letónia, para construir uma “linha de defesa do Báltico” comum na fronteira com a Rússia e Bielorrússia, para se defenderem de eventuais ameaças militares, no contexto da invasão russa na Ucrânia.
Na altura, o ministro da Defesa da Letónia, Andris Spruds, anunciou o projeto na sua conta da rede social X indicando, que além do apoio de treino militar e de equipamentos fornecidos por estes países à vizinha Ucrânia, iria ser também construída esta nova linha de defesa.
Também a Polónia, em maio, apresentou um projeto chamado "Escudo Oriental", que visou reforçar a segurança no leste do país contra ameaças da Rússia e Bielorrússia com quem partilha quase 400 quilómetros de fronteira.
O ministro polaco na visita com o homólogo lituano lembrou que a situação destes países é toda muito semelhante, reforçando por isso a necessidade de se juntarem neste projeto conjunto e de procurarem apoio da UE e da NATO. "Vamos trocar as nossas experiências e apoiar a construção da 'Linha de Defesa' lituana, que se liga à Linha de Defesa do Báltico e ao Escudo Oriental, como linha de defesa do flanco oriental da NATO e da UE", explicou Kosiniak-Kamysz.
Na reunião do Conselho Europeu da semana passada, os dirigentes estónios, letões, lituanos e polacos assinaram uma carta em que pediam à UE que se envolvesse "tanto política como financeiramente" na construção de uma linha de defesa de cerca de 2,5 mil milhões de euros ao longo da fronteira oriental do bloco com a Rússia e a Bielorrússia, para proteção contra ameaças militares e híbridas.