O governo húngaro apresentou propostas de reforma constitucional que inscrevem na lei nacional o casamento como a "união entre um homem e uma mulher"
Com o pacote das medias restritivas do governo, por causa da pandemia, os húngaros receberam novas propostas de alterações da constituição. O governo de Viktor Orban quer inscrever na constituição nacional o casamento como sendo a "união entre um homem e uma mulher" e restringir as regras da adoção.
Sobre o assunto, o primeiro-ministro comentou: "O Parlamento deu-nos os poderes extraordinários e nós fizemos os novos regulamentos. Quanto às restrições devidas à pandemia, explicou que serão aplicadas a partir da meia-noite. "Peço-vos a todos que as respeitem. Tomemos conta uns dos outros, especialmente dos nossos pais, dos nossos avós, dos idosos e dos doentes. Se seguirmos as regras e se nos mantivermos unidos, teremos novamente sucesso juntos", afirmou.
Para os analistas, as reformas, controversas, não surgem agora por acaso. András Bíró, analista político e investigador da Academia de Ciências da Hungria, comenta: "...É oportuno porque não há espaço para os eleitores da oposição ou líderes da oposição agirem nas ruas. É proibido, claro, realizar quaisquer manifestações neste momento, por isso penso que o timing não é surpreendente quando levamos em conta que acabámos de entrar na fase de confinamento".
Foram ainda propostas medidas que tornam mais difícil os partidos políticos apresentarem-se a eleições. Os partidos serão obrigados a apresentar candidatos em pelo menos 50 círculos eleitorais.
Esta é a nona vez que a constituição húngara vai ser alterada, nos últimos nove anos, desde que Viktor Orban chegou ao poder.