O presidente do Brasil declarou que não assume responsabilidade por eventuais efeitos secundários das vacinas contra a Covid-19. A ANVISA anunciou que as vacinas serão autorizadas sob emergência, o uso será limitado e verificado de perto. Governador de São Paulo critica arranque nacional em março.
Quem quiser tomar a vacina contra a Covid-19 irá fazê-lo por sua própria conta e risco. A posição é do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que descarta qualquer responsabilidade se ocorrerem efeitos secundários.
"Quem tomar (a vacina) vai saber o que esta tomando e dai as consequências. Se houver um problema, um efeito colateral, um problema qualquer, já sabe que... não vão cobrar de mim, porque vou ser bem claro, vou falar 'a vacina é essa', eu já estou vacinado, peguei o vírus", declarou o chefe de Estado que foi mais longe e lançou uma questão. "Vamos supor que [num contrato sobre fornecimento de vacina] está escrito o seguinte: '[as empresas] nos desobrigamos de qualquer ressarcimento ou responsabilidade com possíveis efeitos colaterais imediatos ou futuros'. E daí, vocês vão tomar essa vacina?"
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou o uso da vacina como medida de emergência e limitada a grupos específicos. A relação entre riscos e benefícios irá ser analisada, incluindo a taxa de eficácia e efeitos adversos, para depois passar ao plano alargado de inoculação se a segurança for comprovada, explicou o diretor geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da ANVISA, Gustavo Mendes, citado pela agência Brasil. .
"Como são medicamentos que vão gerar dados complementares, pode ser que o risco benefício seja alterado. A possibilidade de ser revogada precisa estar muito clara",
O governador de São Paulo é contra o plano nacional por arrancar apenas em março. Defende a disponibilidade da vacina para uso o mais rapidamente possível como na Europa e nos Estados Unidos. João Dória recebeu pessoalmente no aeroporto a chegada de mais 600 litros da vacina chinesa CoronaVac.
"É surpreendente esta indiferença, esse distanciamento, essa falta de compaixão com a vida dos brasileiros. Porquê iniciar uma imunização em março se podemos fazer isso já no mês de janeiro?", lançou a pergunta, João Dória.
São Paulo inicia o processo de vacinação em janeiro, respeitando o protocolo da Anvisa.
O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia com 175 mil mortos em seis milhões e meio de casos confirmados de Covid-19.