Combate aos efeitos da pandemia e ao despovoamento em Espanha

Combate aos efeitos da pandemia e ao despovoamento em Espanha
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Fundação Madrina ajuda pessoas que perderam o teto e se encontram no desemprego. Alguns descobrem um porto seguro em pequenas aldeias pouco habitadas

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Este ano, o Natal trouxe sete novos habitantes para se juntarem aos 60 que se encontram em Muñotello, uma pequena aldeia espanhola, na província de Ávila.

Durante a pandemia algumas famílias ficaram sem teto e a Fundação Madrina estendeu-lhes a mão, relocalizando-as na aldeia e repovoando, em simultâneo, a zona. É o caso dos colombianos Nalliby e Juan, que têm quatro filhas. Graças à deslocação para Muñotello evitaram que os serviços sociais retirassem a guarda de uma criança.

"Quando me disseram que tinha de ir para a aldeia não me importou o estado da casa. Desde que pudesse estar com a minha filha, num lugar onde não se molhasse, em que não tivesse frio, não me importava", sublinhou, em entrevista à Euronews, Nalliby Martínez, nova residente em Muñotello.

Nancy Mamani fugiu do Peru para Espanha com três filhos, porque temia pela segurança da família. Como refugiada, não imaginava que a pandemia a deixaria sem trabalho e sem o pequeno quatro de 4m2 que dividia com os filhos, por 350 euros, em Madrid.

"Temos uma sala, uma sala de jantar ampla, uma casa de banho. Estou contente. Acima de tudo gosto do calor humano. Em Madrid as pessoas são muito frias", referiu Nancy Mamani, nova inquilina em Muñotello.

As madrinhas da fundação tratam de tudo para que não falte nada às pessoas que ajudam durante alguns meses. Oferecem comida e auxiliam na procura de emprego.

"As pessoas estão a tentar ajudar. Penso que houve pessoas que lhes ofereceram roupas, cobertores e alguma comida", disse José García, da autarquia de Muñotello.

A rede de madrinhas encarrega-se de convencer vizinho a vizinho das vantagens do repovoamento com as centenas de famílias que se encontram na cidade.

"Antes da pandemia, os números eram: uma, duas, três, quatro famílias por mês. Agora são quatro famílias por dia que estão sem teto e vêm com as malas e com os bebes recém-nascidos. Algumas mulheres estão grávidas e na rua", lamentou o presidente da Fundação Madrina, Conrado Jiménez.

Carolina Fernández e Cristian estão numa lista de espera. Os jovens administrativos estão no desemprego e a pandemia tornou tudo ainda mais difícil.

A filha do casal nasceu durante o confinamento e a avó materna não estende a mão, nem à filha nem à neta, como, sublinhou Cristina: "Não me dá de comer e essa é uma das razões porque bati à porta da fundação, para ter algo de comer. A minha filha também não tem comida. Por isso tive de vir até aqui."

Juan Carlos de Santos, Euronews - Com este projeto, a fundação Madrina espera que as filas para a comida não se convertam nas filas dos sem-abrigo. De acordo com a fundação, no primeiro semestre de 2021, metade dos novos pobres espanhóis ficarão sem teto.

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