O Kremlin rejeitou acusações de suborno dirigidas ao presidente Putin por apoiantes de Navalny
Um tribunal russo adiou esta quarta-feira o julgamento do opositor russo Alexei Navalny que enfrenta acusações separadas de difamação e desvio de fundos.
Navalny foi detido no domingo ao chegar à Rússia após ter recebido tratamento médico na Alemanha na sequência de uma tentativa de envenenamento em agosto do ano passado.
O tribunal justificou o adiamento com o facto de Navalny se encontrar a cumprir a quarentena.
"Ele sente-se bem, dormiu bem, está otimista e cheio de energia, considerando a situação. Ele não disse se estava sob pressão, disse apenas que estava bem alimentado e que as condições eram boas. Está sózinho na cela porque se encontra a cumprir a quarentena", afirmou Vladimir Kobzev, advogado de Navalny.
Na terça-feira a equipa de Navalny publicou na internet um documentário sobre várias propriedades, incluindo um palácio, alegadamente pertencentea ao presidente Vladimir Putin e situadas na região do Mar Negro. Navalny acusa o presidente de ter obtido as propriedades através de subornos.
O documentário publicado na rede YouTube obteve 21 milhões de visualizações em menos de 24 horas.
O Kremlin não perdeu tempo a negar as acusações.
"O presidente está a ser acusado de possuir propriedades e isso é falso. Todas as propriedades do presidente são declaradas oficialmente todos os anos na declaração de impostos", reagiu o porta-voz do Presidente Putin, Dmitry Peskov.
Na terça-feira, o Kremlin rejeitou igualmente apelos internacionais no sentido da libertação de Navalny descrevendo o caso como uma questão "estritamente interna".
Alguns países da União Europeia apelaram à imposição de mais sanções contra Moscovo.