Escolas fecham por 15 dias em Portugal

Foi instalado um hospital de campanha na cidade universitária para receber novos pacientes de Covid-19, em Lisboa
Foi instalado um hospital de campanha na cidade universitária para receber novos pacientes de Covid-19, em Lisboa Direitos de autor Armando Franca/AP
De  Teresa Bizarro com Lusa
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Portugal atinge novo recorde negro da pandemia de Covid-19. Escolas fecham pelo menos durante 15 dias e tribunais só atendem casos urgentes

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Portugal encerra escolas por 15 dias para tentar conter nova variante do coronavirus. Decisão tomada esta quinta-feira em Conselho de Ministros no dia em que o país voltou a registar novo máximo de mortes em 24 horas: 221 vítimas mortais e mais de 700 doentes internados nos cuidados intensivos.Foram registados 13.544 novos casos de infeção com o novo coronavirus.

"Para proteção da comunidade escolar, é importante interromper as atividades. Essa interrupção tem custos. Em vez de se interromper a atividade presencial, há mesmo uma interrupção da atividade letiva, que será compensada pelo encurtamento ou eliminação de outros períodos de interrupção que estavam previstos", designadamente férias, anunciou o primeiro-ministro português.

Questionado sobre a razão pela qual não determinou antes o encerramento das escolas, António Costa afirmou que se tomam medidas "em função dos dados que existem, não dos que existiram nem dos que se imagina que venham a existir".

"Há uma semana, de acordo com os dados que tínhamos, esta estirpe tinha uma prevalência reduzida. No espaço de uma semana, teve um crescimento muito significativo", indicou.

Conferência de imprensa do Conselho de Ministros

O primeiro-ministro afirmou que os 15 dias de interrupção serão compensados num período de férias e garantiu que haverá medidas de apoio às famílias semelhantes às que vigoraram durante o primeiro confinamento de 2020.

Tribunais abertos só para processos urgentes

Os tribunais de primeira instância vão voltar a encerrar, exceto para atos processuais urgentes, devido ao agravamento da pandemia de covid-19, determinou hoje o Governo.

Esta é a segunda vez desde o início da pandemia, em março de 2020, que os tribunais vão estar encerrados, passando apenas a serem realizados atos processuais e diligências relacionadas com direitos fundamentais dos cidadãos, tendo sido aprovado um regime excecional de suspensão de prazos.

As lojas do cidadão vão fechar também por duas semanas em todo o país.

"Nova estirpe britânica"

O primeiro-ministro disse que o Governo recebeu na quarta-feira do Instituto Nacional de Saúde Pública Ricardo Jorge "novos dados sobre a prevalência na sociedade portuguesa da nova estirpe britânica" do novo coronavírus.

"Verifica-se que há um crescimento muito acentuado da presença desta estirpe. Na semana passada tinha uma prevalência na ordem dos 8%, tendo agora 20%. Os estudos prospetivos indicam que possa ter um crescimento muito significativo, atingindo mesmo os 60% de prevalência nas próximas semanas", indicou.

Face a essa nova realidade relacionada com a propagação de uma nova variante do coronavírus em Portugal, o líder do executivo considerou que se impôs ao Governo "uma alteração do conjunto de medidas adotadas na semana passada".

Marcelo apoia decisão do governo

O Presidente da República e recandidato ao cargo defendeu hoje que novas circunstâncias justificam a decisão do Governo de encerrar as escolas, apontando como fator decisivo a propagação da "variante britânica" do novo coronavírus.

"A minha reação é a de entender que há um conjunto de circunstâncias novas que justificam a decisão do Governo", declarou.

Questionado se duas semanas de encerramento das escolas são suficientes, respondeu: "Quando o Governo decide 15 dias é nitidamente para tentar encontrar um equilíbrio entre a necessidade de fechar devido à progressão acelerada da pandemia e a preocupação de não estragar o ano letivo".

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