Manifestações a favor do principal opositor a Putin espalham-se por uma centena de cidades. Navalny volta esta terça-feira a tribunal
Mais de 5400 pessoas foram detidas na Rússia este domingo. O número é avançado pela organização não governamental OVD-info. A maior parte das detenções ocorreram em Moscovo e São Petersburgo durante as manifestações a favor de Alexei Navalny.
Pelo segundo fim-de-semana consecutivo, os russos saíram à rua. Pedem a libertação do principal líder da oposição num protesto que, desta vez, se espalhou a cerca de uma centena de cidades.
Na capital, a polícia surpreendeu os manifestantes ao bloquear o acesso ao centro. Victor, um manifestante de 25 anos, traça um relato de violência nas ruas de Moscovo. "Os polícias subiram a correr e imediatamente começaram a bater. Deram-me com um bastão nas costas. Eu estava apenas a caminhar com as mãos para baixo, não compreendo porque me bateram," conta.
Entre frases de protesto contra Vladimir Putin e em defesa da libertação de Alexei Navalny, os manifestantes mostram o descontentamento com o governo.
"Estamos fartos. Tenho estado à espera do momento em que as pessoas finalmente se revoltem e se comecem a manifestar publicamente. Mas penso que isto é apenas o começo, o que acontecer depois vai ser mais duro," diz Anna Yakubova, uma chef de 37 anos que se juntou ao protesto na capital.
Navalny deve ser ouvido em tribunal esta terça-feira. É acusado de violar o controlo judicial e enfrenta a possibilidade de ver convertida em mais de dois anos de prisão efetiva a pena suspensa, proferida em 2014.
A comunidade internacional, sobretudo a União Europeia e os Estados Unidos, criticaram duramente a Rússia e pediram a libertação imediata de Navalny. Na resposta, Moscovo avisou que esta é uma questão interna e que não admite interferências do exterior.