Na província do norte de Moçambique, o sistema de saúde não tem resposta para as vítimas do conflito armado e os doentes de covid-19.
Reconstruir do pouco que sobra é a única solução em Cabo Delgado, onde a passagem de ciclones e a ação de grupos armados tem destruído as já débeis infraestruturas da província moçambicana.
A insegurança levou à fuga de quase sete centenas de profissionais da saúde. Os centros de atendimento são insuficientes para a procura.
"Temos agora nove distritos afetados pelo conflito armado, num total de dezassete em toda a província. O número total de centros de saúde na província é de 55 e 39 deles já não estão operacionais, porque ou foram vandalizados, ou foram queimados, ou foram destruídos", conta Emilio Mashant, do Comité Internacional da Cruz Vermelha.
Às vítimas dos grupos armados, acrescem os doentes de covid-19. O país, reconheceu já o governo moçambicano, vive uma "situação grave". Como resposta humanitária à crise que alastra no norte de Moçambique, a Cruz Vemelha pretende, este ano, recuperar nove unidades de saúde em Cabo Delgado.