Relatório do Conselho da Europa identifica quatro desafios para os Estados-membros e deixa elogios a Portugal
A pandemia de covid-19 provocou um agravamento das desigualdades no território europeu. A conclusão é do relatório anual sobre racismo e intolerância do Conselho da Europa, que identificou os quatro principais desafios que temos pela frente:
A limitação do impacto da covid-19 nos grupos mais vulneráveis da população, a luta contra o racismo enraizado na vida pública e contra as manifestações anti-islâmicas e antissemitas e a defesa dos direitos da comunidade LGBTI.
De acordo com o relatório, a comunidade cigana sofreu particularmente com a pandemia devido ao acesso limitado aos serviços públicos e à dificuldade para os mais jovens terem aulas à distância.
Maria Daniella Marouda, presidente da Comissão antirracismo do Conselho da Europa, sublinha que "o discurso de ódio, incluindo publicações online contra minorias, refugiados e migrantes, culpando-os da propagação do coronavírus, foi responsável pelo aumento das tendências xenófobas e racistas em muitos países europeus."
Ainda assim, o relatório também apresenta pontos positivos:
"Também tivemos bons exemplos e estão mencionados no relatório. Foi o caso de Portugal, por exemplo, onde os migrantes tiveram acesso ao serviço de saúde mesmo se não tivessem seguro."
Para Maria Daniella Marouda, desde a II Guerra Mundial que uma crise não tinha um impacto global desta dimensão na Europa.
A esperança para o fim da crise está nas vacinas contra a covid-19 e a comissão vira-se agora para o tratamento dado às minorias na distribuição das vacinas.