Moscovo diz que não há motivo para o Ocidente se preocupar mas aconselha a NATO a não se meter no assunto
A tensão entre Ucrânia e Rússia conheceu mais um capítulo, com Moscovo a confirmar a realização de exercícios militares junto à fronteira e a aconselhar a NATO a não se envolver. A posição de força surge depois de Kiev ter mostrado a sua inquietação pela chegada de milhares de militares russos à região.
Os Estados Unidos, também a meio de um braço de ferro diplomático com a Rússia, não tardaram a apoiar os ucranianos.
"Moscovo deve terminar com a escalada militar e reafirmar imediatamente o empenho numa solução política e diplomática para o cessar-fogo", apelou o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba.
Washington acompanha de perto a situação.
"A nossa preocupação é a escalada russa e as agressões ocorridas no leste da Ucrânia. É claro que qualquer tentativa por parte da Federação Russa no sentido de intimidar os vizinhos e nossos parceiros é motivo de preocupação, a Ucrânia faz parte deste grupo", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price.
A Rússia defende que pode movimentar as suas tropas em território russo como quiser, pede a Kiev para parar as provocações e avisa as forças ocidentais contra qualquer interferência militar na região.
Moscovo sublinhou, no entanto, que não tinha intenção de um conflito armado e que o Ocidente não tinha motivo para se preocupar. Ainda assim, Washington já avisou que as tropas norte-americanas na Europa estavam em estado de alerta para a possibilidade de um novo conflito na fronteira entre Rússia e Ucrânia.
Desde 2014 que se sucedem os conflitos no leste da Ucrânia, situação agravada pela anexação da Crimeia pela Rússia.