Reino Unido alinha com União Europeia na defesa da AstraZeneca/Oxford

A agência reguladora de produtos médicos do Reino Unido (MHRA, na sigla original) está em sintonia com a homóloga da União Europeia na defesa da Vaxzevria, o nome comercial da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19 e que é suspeita de provocar coágulos no sangue logo após a tomada da primeira dose.
Numa conferência de imprensa realizada à mesma hora que a da congénerea europeia, a MHRA também assegurou que "os benefícios suplantam quaisquer riscos" no uso da proposta da AstraZeneca apesar de também ter concluído haver "uma possível ligação" com "a ocorrência extremamente rara e improvável de coágulos no sangue".
Numa conferência de imprensa realizada a partir de Amesterdão, a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa) já tinha admitido a possibilidade de ocorrência de coágulos "muito raros" em pessoas vacinadas, mas garantiu não haver ainda qualquer confirmação dessa causa-efeito e reiterou o uso "seguro e eficaz" da vacina.
Ainda assim, a EMA recomendou a inclusão de coágulos sanguíneos na lista de "possíveis" efeitos secundários "muito raros" da Vaxzevria.
A presidente do Comité de Avaliação de Risco em Farmacovigilância (PRAC, na sigla em inglês), Sabine Straus, disse ser de "grande importância que os profissionais de saúde e as pessoas vacinadas estejam a par destes riscos e atentos a sinais ou sintomas que usualmente ocorrem nas porimeiras duas semanas após a vacinação".
A diretora da agência britânica disse que a evidência de uma ligação entre a vacina AstraZeneca/Oxford e a formação de coágulos sanguíneos "está mais forte, mas é necessário mais trabalho", por não ter sido ainda confirmada "sem sombra de dúvida" essa relação causa-efeito e a proporção de casos suspeitos é mínima.
Os dados britânicos sugerem ainda que os casos suspeitos incidem sobretudo jovens adultos e alertam que "esta evidência em evolução deve ser tida em conta quando se considerar o uso da vacina", lê-se no comunicado da MHRA.