Governo britânico admite racismo na Primeira Guerra Mundial

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Direitos de autor Ben Curtis/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.
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Soldados africanos, asiáticos e de minorias étnicas foram discriminados nas celebrações fúnebres, após terem morrido em combate pelo Império Britânico, revela relatório.

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Mais de 100 mil soldados africanos, asiáticos e de minorias étnicas que morreram a lutar pelo Império Britânico na Primeira Guerra Mundial não foram devidamente homenageados, devido a um "racismo generalizado", concluiu um relatório da Comissão Commonwealth War Graves (CWGC).

Após uma investigação, a organização intergovernamental, que zela pelas sepulturas de guerra em cerca de 23 mil locais no mundo, acrescenta ainda que 350 mil soldados possam ter ficado de fora das celebrações fúnebres.

Claire Horton, diretora-geral da CWGC defende que "o que se passou há um século estava errado na altura e continua a estar" e admite que a instituição "claramente falhou para com aqueles que deveria servir, ao não cumprir o princípio fundador de igualdade de tratamento na morte". E por isso, diz "lamentarem profundamente".

Ao parlamento britânico, o Secretário da Defesa Ben Wallace disse que o relatório fez uma "leitura sóbria" e que o descuido em relação aos soldados "não era desculpável", mas sim uma fonte de "profundo pesar".

"Quando a Comissão Imperial War Graves foi criada, o seu princípio fundador era o da igualdade de tratamento na morte, qualquer que fosse a posição de um indivíduo na vida social ou militar, qualquer que fosse a sua religião, eles seriam homenageados de forma idêntica. Infelizmente o trabalho deste relatório mostra que ficaram aquém do cumprimento deste princípio", afirmou o secretário da Defesa britânico.

De acordo com a Comissão, o fracasso em honrar as tropas foi "influenciado por uma escassez de informação, erros herdados de outras organizações e as opiniões dos governadores coloniais".

Já em março, um outro relatório, encomendado pelo governo britânico, foi alvo de críticas ao concluir que o preconceito persiste, mas que o Reino Unido não é "institucionalmente racista".

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