Ataque à bomba contra escola feminina em Cabul

Pelo menos 30 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas este sábado no Afeganistão, na sequência de várias explosões ocorridas junto a uma escola feminina de Cabul. A maior parte das vítimas são raparigas estudantes.
A delegação da União Europeia no Afeganistão já reagiu ao "horrendo ataque na área de Dasht-i Barchi, em Cabul", catalogando-o como "um ato desprezível de terrorismo".
"Visar principalmente estudantes de uma escola de raparigas torna este num ataque ao futuro do Afeganistão. Contra jovens determinados em melhorar o país", lê-se no tweet da representação europeia.
O Irão, o Qatar e a Itália também já condenaram o ataque.
De acordo com o Ministério do Interior afegão, o ataque aconteceu por volta das 16h30, hora local, numa altura em que as estudantes saíam da escola.
A agência "Tolo News" avança que tudo começou com a deflagração de um carro bomba, seguida de outras duas explosões, que algumas testemunhas alegam ter sido o disparo de roquetes.
As imagens do local após a explosão revelam a destruição, com livros e mochilas escolares espalhadas pela rua, com sinais de sangue derramado.
O ataque não foi reivindicado por nenhum grupo e, poucas horas depois, os talibã declinaram responsabilidades neste novo episódio de violência através das redes sociais e até condenaram o sucedido.
O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, acusa, no entanto, os talibãs de serem estarem por trás do atentado, ao preferirem alvejar locais públicos com atos terroristas a enfrentar as forças de segurança no campo de batalha .
"Ao agravarem a guerra ilegítima e a violência, os talibãs mostram uma vez mais não só estarem relutantes em resolver a atual crise de forma pacífica, mas que também pretendem complicar ainda mais a situação. A oportunidade paz foi criada e eles estão a sabotá-la. Estes ataques terroristas cobardes são imperdoáveis, inaceitáveis e cruéis", reforçou Abdullah Abdullah, o presidente do Conselho Supremo para a Reconciliação Nacional.
Os ataques terroristas, nomeadamente contra instituições de ensino, têm-se agravado nas últimas semanas, sobretudo depois do anúncio do retardamento da retirada militar dos Estados Unidos do país, que havia sido acordada entre os talibã e a administração Trump para dia 1 de maio, mas que o presidente Joe Biden retardou para ser concluída até dia 11 de setembro.