Vaticano beatifica juiz assassinado pela máfia

Passaram mais de três décadas, até ao anúncio, este domingo, pela voz do Papa Francisco. Rosario Livatino foi beatificado em Agrigento, na Catedral da Sicília que o viu nascer. O primeiro juiz a receber esta distinção do Vaticano perdeu a vida aos 38 anos, assassinado pela Cosa Nostra.
Livatino entrou para o ministério público no início da década de 1980. Enquanto procurador, na Sicília, lidou de perto com a atividade criminosa da máfia, fazendo frente à corrupção no setor das obras públicas.
A 21 de setembro de 1990, então juiz, conduzia sem escolta em direção ao tribunal de Agrigento quando o veículo em que seguia foi abalroado por outro carro. Tentou fugir, mas acabaria por ser morto, pelas costas, com vários tiros.
Hoje, o local onde foi morto é assinalado por uma placa onde se lê "Mártir da justiça", um título reiterado por João Paulo II, em 1993, quando reconheceu o magistrado como mártir assassinado "por ódio à fé".
Ainda antes das palavras do Papa, outro episódio pintava de luto a história da Justiça italiana. A 23 de maio de 1992, também o juiz Giovanne Falcone, que trabalhara com Livatino, foi vítima de um atentado à bomba, quando o carro em que seguia explodiu.