Senado francês lembra vítimas do regime nazi na Ucrânia e aponta o dedo a Kiev

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De  Bruno Sousa
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Massacre de Babi Yar custou a vida a mais de 30 mil judeus ucranianos em setembro de 1941

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No espaço de dois dias, mais de 30 mil judeus foram fuzilados por soldados nazis na ravina de Babi Yar, em Kiev. Estávamos em setembro de 1941. Para os horrores da II Guerra Mundial não caírem no esquecimento, o Senado francês acolheu uma conferência para discutir a melhor forma de assinalar o octogésimo aniversário do massacre.

O escritor Marek Halter foi o convidado de honra e acusa as autoridades ucranianas de não fazerem o suficiente para manter viva a memória das vítimas:

"Um líder ucraniano perguntou-me uma vez: não há monumento por Babi Yar, quem se importa? E eu respondi que quando existe um monumento, quando passarmos com uma criança e ela perguntar o que é, somos obrigados a responder."

Existem na capital ucraniana vários monumentos para assinalar o sucedido, mas para a comunidade judaica, a memória coletiva tem vindo a desaparecer e as autoridades não podem ficar de braços cruzados. Vadim Rabinovitch é deputado e o líder dos judeus da Ucrânia. Esteve presente na conferência de Paris para o mundo ter consciência do que se passou em Babi Yar e revelou que o seu país ainda homenageia figuras com um passado ligado aos nazis.

A Senadora francesa, Nathalie Goulet, foi uma das responsáveis pela iniciativa e não esconde a indignação pelo funeral de Estado para um antigo soldado do regime nazi:

"Todos os dias tentamos lutar contra o extremismo e o antissemitismo. Estes movimentos são contagiosos e têm ramificações em todo o lado. O que vi na Ucrânia assustou-me. Quando vejo nazis a serem homenageados e a terem funerais de Estado, não podemos permanecer em silêncio."

As cerimónias oficiais do octogésimo aniversário da tragédia terão lugar dias 29 e 30 de setembro em Kiev.

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