Recurso a drones para vigiar praias alarga-se à Catalunha

O recurso a drones para vigiar a lotação das praias alarga-se em Espanha, onde, em pleno verão e com a época balnear a juntar milhares de pessoas nos areais, há um novo agravamento da Covid-19, sobretudo pela variante Delta do SARS-CoV-2, que afeta mais os jovens, grupo etário dos menos vacinados e o que mais se junta para socializar nesta época.
Às novas medidas de confinamento noturno aplicadas na Catalunha, nomeadamente o recolher obrigatório da 01 hora às seis da manhã, Sitges, um dos municípios mais "infetados" da região catalã, decidiu agora adotar também os drones para controlar a lotação das praias.
A medida já vinha a ser implementada em diversas praias espanholas e, aparentemente, em Sitges, onde os drones começaram a vigiar as praias na sexta-feira, foi bem recebida pelos banhistas.
"Parece-me correto que existam drones a vigiar para deixarem entrar apenas o máximo das pessoas que podem estar na praia porque, com o que vem por aí, vamos mal", disse Teresa Losada, uma banhista em Sitges, onde os drones se vão manter a vigiar as praias até 22 de agosto.
O vereador municipal Guillem Escola explicou que "nos espaços exteriores, ao ar livre, as pessoas colocam-se muito juntas quando [a praia] tem muito ocupação e isso aumenta o risco". "Ainda mais agora que Sitges tem o índice de contágio mais elevado de toda a Catalunha", sublinhou o autarca.
A Catalunha tem atualmente um índice de transmissibilidade de 1000 casos/100 mil habitantes, similar ao do Algarve, a região balnear mais preocupante em Portugal e onde algumas praias têm vindo a ser evacuadas devido ao excesso de banhistas, sobretudo espanhóis nos primeiros dias de julho.
A média catalã é de um milhar de casos por 100 mil habitantes contra os 800/100 mil habitantes da região algarvia.
Em Portugal, onde existem 481 praias costeiras e 133 fluviais, a utilização de drones para vigiar a lotação das praias esteve em cima da mesa do governo no início de maio, noticiou na altura o jornal Expresso, como uma das medidas propostas pelos agentes locais, incluindo câmaras municipais e concessionários.
Até agora, não há notícias do recurso a aparelhos voadores tripulados à distância para controlar a lotação limitada das praias, que se mantêm controladas a olho pelos agentes locais, com informação aos utentes através de semáforos à entrada das praias vigiadas e pela sinalética com bandeiras no areal.