Merkel pede rapidez na ajuda financeira às vítimas das cheias

Angela Merkel visitou as vítimas das cheias na Alemanha
Angela Merkel visitou as vítimas das cheias na Alemanha   -  Direitos de autor  Christof Stache/Pool Photo via AP
De  Francisco Marques

A Chanceler visitou as zonas afetadas no estado da Renânia do Norte-Vestfália, onde morreram pelo menos 47 das mais de 160 vítimas das inundações que afetaram recentemente a Alemanha

A chanceler da Alemanha pediu um rápido e simples processo para fazer chegar o apoio às vítimas das recentes cheias no país.

O governo federal, em colaboração com os executivos regionais, está a preparar um avultado pacote de ajuda para permitir reconstruir as zonas destruídas e amenizar os traumas provocados.

Pelo segundo dia de visita às zonas afetadas, agora na Renânia do Norte-Vestfália, onde morreram pelo menos 47 pessoas das mais de 160 vítimas destas inundações, Angela Merkel enalteceu o "espírito solidário" dos alemães como "o único motivo de conforto" ao deparar-se com os estragos.

Numa decalaração aos jornalistas na cidade de Bad Münstereifel, a chanceler antecipou que o apoio financeiro será partilhado entre o governo federal e o regional.

"Vamos dividi-lo 50-50. Estamos a liga-lo à ajuda que demos nas cheias anteriores, embora desta vez haja muito mais a fazer em termos de reconstrução do que nas outras inundações", reconheceu Merkel.

A chanceler alemã também tentou uma vez mais explicar o que se passou com o sistema de alerta de emergências, que está a ser muito criticado por ter alegadamente falhado no aviso aos residentes.

"O serviço alemão de Meteorologia e o serviço federal de Proteção Civil e Gestão de Desastres emitiram alertas. O caso depois passa para os distritos. Também falei com os governos locais sobre isto e eles depois fazem o possível. Mas, claro, não é fácil antecipar porque, como disse o presidente da câmara, não havia aqui inundações assim há 700 anos", lembrou Merkel.

O presidente do governo regional da Renânia do Norte-Vestfália afirmou, por seu turno, ser preciso admitir que eventos destes vão passar a acontecer com maior frequência e intensidade, reportando-se aos efeitos das alterações climáticas em curso no planeta.

"Temos de estar preparados para esses eventos. Para isso precisamos de uma base legal para restaurar a natureza e criar mais áreas de retenção das chuvas onde a água possa ser absorvida quando há emergências. É um longo pacote de medidas. Vão ser necessários muitos milhões e isso vai ser uma operação para esta década", perspetivou Armin Laschet, o também líder da CDU de Merkel e pré-candidato a chanceler nas eleições de setembro.

Perante os avultados prejuízos, o trágico balanço de mais de 160 mortos e o pedido de Merkel para celeridade na ajuda, Laschet disse que na Renânia do Norte-Vestfália as requisições para pedir apoio vão estar disponíveis ainda esta semana.

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