Acordo entre EUA e Alemanha prevê retaliações contra Moscovo em caso de abuso russo no Nord Stream 2
O Nord Stream 2 está praticamente concluído e promete duplicar a exportação de gás russo para a Alemanha mas o projeto nunca foi consensual e já esteve na origem de várias dores de cabeça diplomáticas. Os Estados Unidos sempre se opuseram ao polémico gasoduto e a imposição de sanções chegou a estar em cima da mesa. A via do diálogo acabou por prevalecer e a diplomacia norte-americana anunciou um acordo com Berlim para que a conduta que liga Rússia e Alemanha através do mar Báltico não comprometa a segurança energética da Europa.
A subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, explica que "a Alemanha chegou a um compromisso connosco e caso a Rússia tente usar a energia como arma ou cometa mais atos agressivos contra a Ucrânia, irá agir a nível nacional e pressionar as instâncias europeias para que sejam tomadas medidas efetivas, incluindo sanções que limitem as exportações russas para a Europa no setor da energia."
Os Estados Unidos temem que a Europa se torne demasiado dependente da energia russa e que Moscovo use esse poder contra adversários como a Ucrânia e a Polónia. Rússia e Alemanha, os principais interessados, sublinham que se trata de um projeto estritamente comercial e benéfico para todos os envolvidos.
O acordo entre Estados Unidos e Alemanha prevê uma compensação à Ucrânia pelas receitas perdidas com a entrada em funcionamento do Nord Stream 2, uma vez que o fornecimento de gás à Europa deixa de estar dependente do gasoduto que atravessa o território ucraniano.