Vítimas foram homenageadas na ilha norueguesa, onde Anders Breivik matou dezenas de jovens. No total, morreram 77 pessoas pelas mãos do terrorista de extrema-direita, que se encontra detido a cumprir a pena máxima.
Há 10 anos, a ilha de Utoya ficava inscrita na história da Noruega pelo ataque mais sangrento do pós-guerra no país.
Uma década volvida, a homenagem às vítimas contou com a presença do primeiro-ministro sueco Stefan Lofven e sobreviventes do massacre.
No local onde outrora dezenas de adolescentes e jovens adultos perderam a vida, hoje um memorial e um centro de aprendizagem construído no rescaldo da tragédia perpetuam a memória do acontecimento além do trauma.
A 22 de julho de 2011, Anders Breivik enviava um manifesto a mais de mil políticos e jornalistas. Uma hora depois, uma bomba de 950 quilos, escondida dentro de uma carrinha, explodia em Oslo, perto de um edifício do governo. Oito pessoas morreram.
Disfarçado de polícia e armado, Breivik dirigiu-se então para Utoya, onde um acampamento de verão do partido trabalhista norueguês reunia mais de 500 jovens, que em breve se tornariam alvo de uma perseguição sangrenta
Ao longo de uma hora, o terrorista de extrema-direita percorreu a ilha a disparar contra os presentes, matando matar no local mais 69 pessoas.
Anders Breivik acabou por se entregar à polícia e ser condenado à pena máxima de 21 anos de prisão.
Numa cela de três quartos de uma prisão de alta-segurança, com acesso a ginásio e computador, mas pouco contacto com outros detidos, Breivik processou, em 2015, o estado norueguês por violação dos direitos humanos, entrando, mais tarde, na audiência em tribunal com uma saudação nazi.
O Tribunal Distrital de Oslo decidiu que a sua prisão de violava o artigo 3.º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, que proíbe tratamentos desumanos ou degradantes. Mas a decisão acabaria por ser alvo de recurso do governo e revogada por outro tribunal.
Em 2018, o recurso então apresentado por Breivik foi rejeitado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.