Talibãs revelam prioridades e deixam aviso

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Porta-voz do movimento islâmico agora no poder no Afeganistão sublinha retirada total de forças estrangeiras para acabar com a "invasão"

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O fim da "invasão" americana e a formação de um governo islâmico são as grandes prioridades do regime talibã, agora no poder no Afeganistão. Enquanto houver tropas estrangeiras no país, a "invasão" continua e "os afegãos são muito sensíveis neste tema", avisa um porta-voz do grupo.

O movimento insurgente divide-se em diversas fações pelo país e isso tem resultado em posições dissonantes para o exterior sobre o futuro do povo afegão.

À margem da violência que se têm feito sentir na capital, nomeadamente através de um gravíssimo atentado junto ao aeroporto de Cabul e às alegadas ameaças entretanto neutralizadas com mísseis pelos Estados Unidos, a Euronews entrevistou em exclusivo Zabihullah Mujahid, um dos porta-voz do regime agora no poder no Afeganistão.

O representante talibã sublinhou as duas grandes prioridades do novo governo estabelecido pelas armas após um acordo alcançado com os Estados Unidos ainda durante a Administração Trump e garantiu que o objetivo é proporcionar "estabilidade" para que os afegãos possam usufruir do "direito de viver em paz".

Queremos ter boas relações com todos os países porque o povo afegão e o nosso país, que tanto sofreram devido à guerra, precisam de ter boas relações.

No entanto, qualquer presença militar restante no país será vista pelos afegãos como o continuar da invasão.

Os afegãos são muito sensíveis neste tema. Os que falam disto não conhecem o Afeganistão.
Zabihullah Mujahid
Porta-voz dos talibãs

Mujahid acrescentou depois numa conferência de imprensa à distância que a retirada militar estrangeira "é uma boa oportunidade tanto para os americanos como para os afegãos" porque permite ao "Afeganistão e ao respetivo povo tornarem-se independentes" e "aos americanos acabarem uma guerra com vinte anos".

O porta-voz talibã pediu ainda "a quem esteja no aeroporto" para "regressar a casa e à vida normal", garantindo que o movimento islâmico tem "um compromisso de que ninguém está em perigo".

"Outra coisa que temos de dizer às pessoas é que quem tiver um documento legal, um passaporte e tudo o resto, e queira viver noutros países, têm esse direito", afirmou ainda Mujahid, numa entrevista, parte exclusiva parte conferência de imprensa remota, que pode escutar em parte no leitor de vídeo em cima.

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