O presidente angolano junta-se aos chefes de Estado de Cabo Verde e Guiné-Bissau e aponta as desigualdades aumentadas pela pandemia
A sede da ONU é, por estes dias, um dos maiores palcos mundiais e o centro da diplomacia internacional, mas a organização das nações que se uniram no rescaldo da Segunda Guerra Mundial tenta navegar uma vaga que pede uma mudança estrutural. O modelo de um Conselho Permanente a cinco vozes é cada vez mais contestado.
"A revitalização das Nações Unidas passa pela necessidade de uma reforma do conselho de segurança que possa conferir uma maior abrangência dos Estados-membros na tomada de decisões atinentes à paz e à segurança internacionais," declarou Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde.
Uma posição também defendida pelo chefe de Estado da Guiné-Bissau. Na estreia em reuniões magnas da ONU, Umaro Sissoco Embaló apontou o caminho que falta fazer para reduzir as desigualdades que a pandemia veio expor.
"É precido apoiar os mais vulneráveis, promover a criação de sistemas de saúde adequados e garantir a todos os países, sem distinção, um acesso rápido e equitativo às vacinas," disse o presidente da Guiné Bissau.
Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau aproveitaram a Assembleia Geral da ONU para condenar as discrepâncias.
João Lourenço, presidente de Angola considerou mesmo ser "chocante constatar-se a disparidade existente entre umas nações e outras no que respeita à disponibilidade de vacinas pois estas diferenças permitem em alguns casos administrarem-se terceiras doses enquanto noutros, como ocorre em África, a larga maioria das populações não está vacinada sequer com a primeira dose".
A resposta global à pandemia de Covid-19 atravessa quase todos os discursos no púlpito da Assembleia agera da ONU. O tema deu mote a uma cimeira paralela organizada pelos Estados Unidos que traçou como objetivo ter mais de 80 por cento da população mundial vacinada até ao final do próximo ano.