O antigo chefe de Estado gaulês foi condenado a um ano de prisão efetiva no chamado caso Bygmalion. O seu advogado diz que vai recorrer
O ex-presidente francês, Nicolas Sarkozy, foi condenado a um ano de prisão efetiva no caso do financiamento ilegal da campanha eleitoral de 2012, em que perdeu a eleição para François Hollande.
O tribunal considerou que Sarkozy deixou deliberadamente que os gastos da campanha derrapassem para os 42,8 milhões de euros, muito além do montante máximo legal de 22,5 milhões de euros.
Para o tribunal, Sarkozy "sabia" que o limite legal estava em jogo e "involuntariamente" não supervisionou as despesas adicionais, por isso proferiu uma pena mais pesada do que a solicitada pelo ministério público. Os procuradores tinham solicitado uma pena de prisão de seis meses, bem como uma pena suspensa de seis meses e uma multa de 3.750 euros.
Nicolas Sarkozy, que durante o julgamento, em maio e junho, tinha negado vigorosamente qualquer ato ilícito, não esteve presente para ouvir o tribunal dizer que vai poder cumprir a pena em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica. O seu advogado disse que vai recorrer.
Com ele foram julgadas mais 13 pessoas, responsáveis pelos eventos e pelas contas da campanha. Enfrentavam acusações de falsificação, quebra de confiança, fraude e cumplicidade no financiamento ilegal de campanhas.
Jerôme Lavrilleux, diretor adjunto da campanha, condenado a três anos de prisão, com dois de pena suspensa, disse após a leitura da sentença: "Não estou com espírito para recorrer. Estou cansado. Não penso ter recursos para continuar com isto. O povo francês, através da presidente do tribunal, condenou-me por atos que eu reconheci."
Esta é a segunda condenação este ano do homem que presidiu a França entre 2007 e 2012. Em março, Sarkozy tinha sido condenado a três anos de prisão, dos quais dois com pena suspensa, por corrupção e tráfico de influências no chamado caso das "escutas". Recorreu da sentença e aguarda a decisão.