Nações Unidas e União Europeia condenam golpe militar

O golpe militar em curso no Sudão mereceu uma forte reação da União Europeia e uma exigência pelo secretário geral das Nações Unidas.
Pelas redes sociais, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou que "as ações dos militares representam uma traição da revolução, a transição, e dos legítimos pedidos do povo sudanês por paz, justiça e desenvolvimento económco".
"As forças de segurança têm de libertar de imediato aqueles que detiveram ilegalmente", concretizou o porta-voz da UE.
Pouco depois, António Guterres reforçou a condenação "do golpe militar em curso no sudão" e as exigências europeias.
Resistência civil aos militares
A situação no Sudão é caótica. O grupo militar que partilhava o governo interino de transição decidiu tomar o poder unilateralmente, deteve o primeiro-ministro e outros governantes, incluindo o governador da capital Cartum, e declarou o estado de emergência em todo o país.
O general Abdel Fattah al-Burhan, que liderava o conselho de soberania partilhada do Sudão, justificou a tomada de poder com a tensão entre as partes milita e civil do executivo interino, que considerou uma ameaça à estabilidade do país.
Milhares de manifestantes saíram para as ruas em oposição ao golpe militar e terão sido reprimidos a tiro.
A internet foi cortada no Sudão e as pontes fechadas. Os manifestantes, por outro lado, bloquearam estradas, apelando à resistência contra o retrocesso a um regime repressivo similar ao de Omar al-Bashir, o antigo presidente do Sudão, deposto há mais de dois anos e condenado à prisão por corrupção, recessão de ofertas ilegais e posse de moeda estrangeira.