Tradicionais aliados de esquerda deixam cair o orçamento, precipitam a dissolução da Assembleia e a realização de eleições antecipadas. Presidente da AR e primeiro-ministro chamados a Belém
O chumbo do Orçamento do Estado abre uma crise política em Portugal. Ao longo das últimas semanas, os líderes dos vários partidos foram deixando mensagens sobre o que podia acontecer e o resultado da votação desta quarta-feira não foi uma surpresa.
Para Rui Rio, "o país encontra-se perante uma crise politica que quanto mais tempo durar pior será para Portugal". O líder da oposição diz que a responsabilidade é toda da esquerda, “que ao longo dos tempos se entendeu e se desentendeu como muito bem quis".
Com o chumbo do Orçamento, o Presidente da República recebe esta quarta-feira o presidente da Assembleia e o primeiro-ministro. Partidos e Conselho de Estado encontram-se com Marcelo Rebelo de Sousa na próxima semana.
O Presidente da República avisou que, com o chumbo da proposta orçamental, avançaria para a dissolução do Parlamento e já prometeu que será rápido a cumprir os prazos da lei num cenário de eleições antecipadas. Marcelo Rebelo de Sousa tem 55 dias para a marcação das eleições depois de ser publicado o decreto presidencial de dissolução do Parlamento em Diário da República.
Com eleições internas no PSD, no CDS e no Chega, a previsão é que as legislativas aconteçam durante o mês de janeiro ou início de fevereiro.
Do lado do governo, o primeiro-ministro diz que não se demite. "O governo respeita as competências próprias do presidente, nenhum comentário fará e cá estaremos para fazer o que resultar da decisão do senhor presidente da república: governar por duodécimos, se for essa a sua decisão, ou ir para eleições.", afirmou esta tarde António Costa.
Até serem convocadas as novas eleições, António Costa fica no cargo a liderar um governo de gestão sem poderes legislativos.