Grupos de rebeldes etíopes unidos contra o governo

Os rebeldes do Tigré juntaram-se esta sexta-feira a outros grupos armados e da oposição etíope numa aliança contra o primeiro-ministro Abiy Ahmed. “Não há limite para nós", disse Berhane Gebrechristos, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros aos repórteres em Washington. "Definitivamente, teremos uma mudança na Etiópia antes de a Etiópia implodir", afirmou.
O governo da Etiópia chama à nova coligação uma "manobra publicitária" sublinhando que os intermediários são os mesmos que tentam negociar uma solução pacífica.
A aliança da oposição foi anunciada horas antes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, pela primeira vez, apelar ao fim da intensificação do conflito na Etiópia e ao livre acesso da ajuda humanitária para enfrentar a pior crise de fome do mundo numa década na região de Tigré.
A declaração à imprensa aprovada pelos 15 membros do organismo da ONU apelou a todas as partes para evitarem " discursos inflamatórios de ódio e de incitação à violência e à divisão". Os membros do Conselho exortaram ainda as partem "a porem termo às hostilidades, a negociarem um cessar-fogo duradouro, e a criarem condições para o início de um diálogo nacional etíope inclusivo".
A aliança recentemente anunciada inclui as forças do Tigré que estão a combater as forças etíopes e aliadas, bem como o Exército de Libertação Oromo que luta ao lado das forças do Tigré e de sete outros grupos.
Os combatentes do Tigré estão a aproximar-se da capital, Adis Abeba, de acordo com o Departamento de Estado, e a Etiópia apelou aos veteranos militares para se juntarem ao que agora se chama uma "guerra existencial".