Manifestantes seguraram fotografia de Izabela, grávida que morreu depois dos médicos recusarem retirar o feto de 22 semanas que iria morrer
Dezenas de milhares de mulheres saíram à rua na Polónia para protestar contra a lei restritiva do aborto. Durante os protestos, os quais mais tarde se transformaram numa vigília, os manifestantes seguravam um cartaz com uma fotografia de Izabela, uma mulher que morreu grávida de 22 semanas.
Meses depois do Tribunal Constitucional validar a lei que praticamente proíbe a interrupção voluntária da gravidez no país, Izabela morreu no hospital depois dos médicos recusaram retirar o feto, com 22 semanas, optando por esperar que morresse naturalmente dentro do útero da mãe. Morreram os dois. Surgiu uma onda de indignação e a lei polémica do aborto voltou a "sair à rua".
Dorota Loboda, vereadora em Varsóvia, também esteve na manifestação. Diz que "legalmente, os médicos podiam ter interrompido a gravidez da mãe porque o bebé pôs em risco a vida dela", só não o fizeram "com medo" de enfrentar a justiça.
Uma outra manifestante também fala de medo. Conta que tem uma filha com vinte e poucos anos e diz que a aconselha a não engravidar.
No caso Izabela, os médicos foram suspensos do hospital. Os defensores da lei polaca afirmam que a morte da mulher de 30 anos não tem relação com a lei. As ONGs apelaram à Comissão Europeia para implementar imediatamente um mecanismo que pudesse impedir a Polónia de receber fundos de Bruxelas por "não respeitar os valores do bloco".