Centenas de migrantes concentraram-se na fronteira da Bielorrússia com a Polónia, desafiando os militares polacos
Centenas de migrantes concentraram-se, esta segunda-feira, na fronteira da Bielorrússia com a Polónia, dispostos a enfrentar as forças de segurança. Houve quem tentasse cortar o arame farpado.
As tensões entre os dois países têm vindo a aumentar. A Polónia acusa a Bielorrússia de encorajar os refugiados a minar a fronteira sudeste da UE.
O porta-voz do governo de Varsóvia, Piotr Muller, afirma: "Enfrentamos provocações do lado dos militares bielorrussos e das pessoas ligadas aos militares bielorrussos como apontar com armas às nossas tropas, disparar tiros às cegas, claro, - o nosso soldado não consegue perceber se é um tiro às cegas ou um tiro real, disparando também tiros reais para o ar. Esperamos que incidentes armados na fronteira polaca possam acontecer num futuro próximo, temos muito medo disso e informamos sobre isso".
A Bielorrússia desmentiu na semana passada que os guardas fronteiriços bielorrussos tinham disparado foguetes contra as tropas fronteiriças polacas.
A UE criticou o governo de Alexander Lukashenko por utilizar migrantes para pressionar Bruxelas por causa das sanções contra a Bielorrússia devido às violações dos direitos humanos.
Entretanto, a Polónia ergueu uma cerca de arame farpado ao longo da sua fronteira com a Bielorrússia e tem planos para construir um muro de 5,5 metros de altura. Varsóvia enviou 17.000 militares e guardas fronteiriços para uma zona militarizada, onde nem os meios de comunicação, nem os trabalhadores humanitários conseguem entrar.
Do lado bielorrusso, a fronteira é um acampamento de migrantes, que enfrentam temperaturas de zero graus.