Grupo de 42 mulheres argentinas e paraguaias apresentou ao Vaticano denúncia contra a organização religiosa
Um grupo de 42 mulheres apresentou ao Vaticano uma queixa contra a Opus Dei, que acusam de exploração laboral e abuso de poder e de consciência.
As queixosas, provenientes da Argentina e do Paraguai, trabalharam para a organização religiosa entre 1974 e 2015 e afirmam não ter recebido um único dia de salário.
Lucía Giménez, que trabalhou 18 anos como "assistente" de um numerário da Opus Dei, explica que não tinha tempo para "pensar no que fazia" ou ter uma "visão crítica" e que "aguentava" a situação porque achava que "devia submeter-se totalmente a Deus". E acrescenta que lhe diziam que os membros superiores da organização pagavam os salários mas que ela "nunca viu nenhum dinheiro".
A denúncia indica que as mulheres, muitas das quais menores na altura, trabalharam sob "condições manifestamente ilegais": sem salário, sem restrições de horário e sem qualquer documentação.
O advogado Sebastián Sal diz que "não foi algo inventado [na Argentina]. É uma política interna da Opus Dei. O objetivo destas mulheres é comum em todo o mundo. Há por exemplo questões semelhantes em África. Desde que foi feita a denúncia, apareceu um grupo no México que se está a organizar da mesma forma. E em Espanha também é algo muito comum".
A Opus Dei rejeita as acusações mas diz-se disposta a ouvir as queixosas.